A falta de chuvas entre janeiro e maio provocou queda na produtividade dos canaviais mineiros para a safra 2014/2015 em média em 10%. O déficit hídrico, porém, atingiu de maneira diferente as usinas sucroalcooleiras, presentes em nove das 10 regiões de planejamento do estado.
O diretor da usina Agropéu (localizada no município de Pompéu, na Região Central do estado), Geraldo Cordeiro, diz que nos cinco primeiros meses de 2014 choveu em Pompéu apenas 28% da média histórica do período. “A média nesses meses é de 660 milímetros e de janeiro a maio só choveu 182 milímetros”, afirma.
A situação, segundo ele, provocou queda de 30% na produtividade do canavial. “Isso representa queda de receita. Para contornar essa situação, a gente precisa trabalhar com o que tem”, lamenta. A previsão inicial da Agropéu era moer 1,2 milhão de toneladas na safra 2014/2015, mas por causa da seca esse volume cairá para 900 mil toneladas.
Segundo Mário Campos, presidente da SIAMIG, a expectativa da queda de produtividade é maior do que a de aumento da área plantada em Minas. “Em termos de acompanhamento da safra, estamos muito bem, segundo os dados do fim do mês de maio. Até essa data a colheita está 10% maior do que a do ano passado. São quase 12 milhões de toneladas no período, contra 10,8 milhões em 2013”, contabiliza.
Isso ocorre porque a safra 2014/2015 começou mais cedo e houve um bom aproveitamento de tempo nos primeiros meses da moagem, iniciada em meados de março. Mas o resultado ainda não está fechado e não significa que a atual safra será maior do que a passada.
“Nossa expectativa inicial era de queda na produtividade de 11% em média. Estamos dentro do estimado no início da safra”, disse o presidente da Siamig.
Rodrigo Piau, coordenador agrícola da Associação de Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido (Canacampo), que conta com 52 associados no município de Campo Florido, no Triângulo Mineiro, explica que 30% da cana da atual safra já foi colhida. Toda a produção vai para a Usina Coruripe, a 60 quilômetros de Uberaba.
De acordo com ele, a estiagem que atingiu o estado foi a pior dos últimos anos e comprometeu principalmente a cana colhida da metade da safra 2013/2014 para frente. “O rendimento da colheita a partir de junho e julho do ano passado ficou comprometido, por isso nossa moagem será semelhante à do ano passado, mas com produtividade menor”, observa.
Hoje, segundo ele, a previsão é colher 3,5 milhões de toneladas, o que só será possível por causa do aumento da área plantada. Se não fosse a seca, porém, o cálculo seria uma moagem de 3,8 milhões de toneladas.
Fonte: Jornal Estado de Minas