Seminário discutirá avanços, perspectivas e tecnologias de irrigação da cana que, com o fim da crise de preços do setor sucroenergético e a necessidade de aumento da produtividade, deve receber novos investimentos nos próximos anos.
Nos próximos dias 28 e 29 de outubro, Ribeirão Preto (SP) sedia, no Centro de Eventos RibeirãoShopping, o IRRIGACANA 2015 – II Seminário Brasileiro de Irrigação de Cana-de-Açúcar com Água, com promoção do GIFC – Grupo de Irrigação e Fertirrigação em Cana-de-Açúcar. O evento deve reunir cerca de 500 participantes entre especialistas, autoridades, empresários, profissionais que atuam na área e convidados estrangeiros para 16 palestras e discussões sobre os cenários, perspectivas e tecnologias relacionados à irrigação canavieira. Os debates acontecem em momento oportuno para a agroindústria canavieira, que precisa urgentemente aumentar sua produtividade tornando o negócio novamente atraente e rentável.
A boa notícia, de acordo com Ricardo Pinto, da consultoria RPA, é o fim da crise de preços que acometia o setor há anos. Com a nova configuração que se apresenta – açúcar com tendência de venda a cerca de R$ 1.200,00 por tonelada para um custo de produção médio de R$ 900,00 por tonelada; e o etanol hidratado sendo comercializado a mais de R$ 1,70 o litro para um custo de produção médio de R$ 1,25 o litro -, as usinas recuperam as margens e ganham melhores condições para equacionar o alto endividamento.
“Mas só isto não basta, é preciso investir em produtividade. Nesta safra, no Estado de São Paulo, ela vai ficar abaixo de 80 ton/ha. Com mais recursos, em dois anos as usinas chegarão a 86 ton/ha, o mesmo valor da safra 2009/2010, mas ainda pouco para tornar o negócio seguro e rentável para enfrentar as próximas crises”, analisa ele. Segundo Ricardo, a solução é chegar a 100 ton/ha em cinco anos, mas isso só será possível com investimentos em irrigação em parte do canavial. Num cenário ideal e com claro potencial existente, as usinas brasileiras poderiam irrigar cerca de 1,5 milhão de hectares de cana, o que significa, a um custo médio de R$ 4 mil cada hectare, aportes próximos a R$ 6 bilhões somente nesta atividade.
A tendência de oportunidades neste nicho de mercado é compartilhada por fabricantes de equipamentos que participam do IRRIGACANA 2015. De acordo com Marcos Kawasse, gerente nacional de vendas da Netafim, a irrigação associada à fertirrigação promoverá o aumento de produtividade e a retomada dos investimentos está no plano de várias usinas e fornecedores na busca da redução do custo da tonelada produzida. Ele acredita que há potencial real de irrigar 900 mil hectares de canaviais nos próximos cinco anos, mas dificuldades como outorga de água, disponibilidade de energia e acesso a crédito devem reduzir este movimento para algo em torno de 200 mil hectares de cana.
Para Antonio Alfredo Teixeira Mendes, gerente geral da NaanDanJain Brasil, o potencial de crescimento da tecnologia de irrigação no setor sucroenergético é expressivo. Segundo ele, a atual política de preços mais realista em relação aos preços dos combustíveis derivados do petróleo, as tendências de mercado de commodities para o açúcar, as restrições ambientais para a expansão horizontal da produção, os fenômenos agroclimatológicos e as mudanças climáticas recentes, entre outros fatores, devem contribuir para este crescimento. “Num horizonte de cinco anos, creio que o potencial prontamente explorável seria de pelo menos 500 mil hectares, ou 100 mil hectares/ano. O cenário de recuperação econômico-financeira das empresas do setor sucroenergético é vital para o País e, superada a atual crise de confiança que afeta os investimentos, a taxa de crescimento poderia ser ampliada”, afirma ele.
O evento
As palestras do Irrigacana serão divididas em quatro temários. São eles: Temário 1 – Reaprendendo a fazer projetos – Novos parâmetros e diretrizes para cana irrigada de máxima produtividade; Temário 2 – Inovação em irrigação de cana – Novidade em sistemas, controle e manejo; Temário 3 – Aprendendo com a crise hídrica – Como fazer da cena uma produtora de água; Temário 4 – Decisão de investir em irrigação de cana – Novos métodos de comprovação de viabilidade.
Entre os palestrantes, convidados, estarão pesquisadores, consultores e representantes de instituições, agências de governo, empresas e universidades como Jalles Machado, Grupo Clealco, ESALQ, UFMG, UNESP, APTA – Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio, IAC – Instituto Agronômico de Campinas, ANA – Agência Nacional de Água, CENBIO – Centro Nacional de Referência em Biomassa, Embrapa, Terracal Alimentos e Bioenergia, Grupo Gloria (com usinas no Peru, Argentina e Equador), Bayer CropScience e outros representantes de empresas de irrigação, Insumos e serviços do setor.
Os ingressos para participar do II IRRIGACANA já estão à venda. Associados ao GIFC, empresas do agronegócio e estudantes contam com condições especiais para a aquisição. Para mais informações, acesse o site www.irrigacana.com.br ou entre em contato pelo telefone: (16) 3602-0900.
Mais informações:
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